Para promover a cultura que prioriza pessoas é necessário reconhecer que mudamos como sociedade nos últimos anos, e consequentemente, nossas expectativas são outras.
Antigamente era comum que o ambiente de trabalho tóxico fosse tolerado e que chefes tivessem aval para tomar condutas duvidosas, afinal de contas o importante era trabalhar, ser promovido e ter renda.
Hoje vivemos um momento onde valorizamos muito mais o bem-estar e a saúde mental, pois percebemos que viver diariamente em um ambiente inadequado nos adoece gradativamente.
Agora buscamos muito mais: autonomia, flexibilidade, propósito, apoio e crescimento. Estamos dispostos a abrir mão de um grande salário em prol de uma vida mais leve e alinhada aos nossos princípios.
Com isso, os chefes tornaram-se líderes e as empresas mudaram sua cultura a fim de proporcionar um ambiente mais positivo no local de trabalho.
E justamente essas empresas têm sido cada vez mais valorizadas pelos colaboradores e público, além de terem mais sucesso em reter seus talentos.
É por isso deve-se buscar incorporar a felicidade, bem-estar e empatia aos valores da sua empresa, e criar uma cultura de trabalho transparente e positiva.
E como mudar o clima organizacional e implementar a cultura People First?
Apostar numa abordagem de estratégia de negócios positiva é entender que cada pessoa que integra seu time é valiosa, não resumindo-a apenas a uma peça que faz a sua empresa funcionar.
Dessa forma, é preciso entender que não basta colocar mesas de ping-pong e puffs na empresa, é preciso definir ações que mostrem o quanto a empresa está comprometida com cada um de seus colaboradores.
É necessário ter responsáveis sensíveis, acolhedores e atentos às necessidades dos seus funcionários e dispostos a tomar atitudes que mostrem o quão importante é o trabalho que eles desempenham.
É um trabalho contínuo, que precisa ser avaliado e revisado periodicamente para acompanhar as mudanças ao longo dos tempos.
Qual a principal diferença entre uma cultura antiquada e uma cultura que prioriza pessoas?
No passado as empresas esperavam que os funcionários se dedicassem o máximo possível, passando por cima de todas suas necessidades pela empresa, resultando num enorme desgaste emocional. Hoje, entendemos que a satisfação pessoal é mais importante do que a satisfação com o trabalho e que as pessoas não devem se dedicar única e exclusivamente ao mundo profissional.
Priorizar pessoas é então ter plena consciência de que pessoas felizes e que tem suporte para manter equilíbrio em todos os âmbitos de suas vidas, são as mais engajadas, produtivas, criativas, inovadoras e competentes. São as pessoas que trabalham com verdadeira alegria e disposição. Além disso, são mais saudáveis, adoecem menos e não precisam se afastar com grande frequência, o que também beneficia a própria empresa.
O que se pode fazer na prática para implementar essa cultura?
É preciso conhecer o perfil dos seus colaboradores, mas listaremos algumas atitudes que você pode se basear para começar:
- Oferecer flexibilidade de horários ou diminuir a carga horária;
- Dar a oportunidade do funcionário trabalhar de maneira remota, para que tenha liberdade de morar onde quiser, estar mais perto da família ou até mesmo viajar;
- Dar folga quando reconhecer que é necessário;
- Dar espaço para que as pessoas expressem suas opiniões e preocupações;
- Promover o crescimento e desenvolvimento de todos;
- Oferecer atividades focadas na redução de estresse para aqueles que tenham interesse, como Yoga por exemplo;
- Dar assistência necessária para os colaboradores que são pais, como auxílio creche/educação;
- E claro, tudo isso precisa ser associado a uma remuneração adequada.
Vale lembrar que de nada adianta construir uma imagem empática e descontraída enquanto não se remunera e valoriza adequadamente os colaboradores, People First é uma cultura e não uma aparência.
Os impactos da cultura People First
Os impactos positivos de priorizar pessoas não limitam-se ao clima organizacional e as relações dentro do trabalho, ela alcança e aprimora o relacionamento com os clientes, que estão valorizando cada vez mais a ética e esperando um senso maior de responsabilidade social das empresas. É uma oportunidade de criar conexões autênticas dentro e fora da empresa.
E óbvio: todos querem trabalhar numa empresa que valoriza verdadeiramente as pessoas, e esse é um diferencial que ajuda efetivamente a reter os grandes talentos que muitos negócios acabam perdendo.